domingo, 4 de outubro de 2009

Dançando a Espera...

Esperando Godot é um dos textos teatrais mais instigantes e perturbadores já escritos. Porém, o mote, aparentemente banal e bobo, provou, ao longo das décadas, ser genial.

Todos querem, imediatamente, saber quem é Godot. Para essa elementar pergunta, muitas respostas e nenhuma certeza. Muitos supõem que a peça trata do desespero do homem diante da morte anunciada; outros lhe conferem um caráter religioso, no qual os personagens estão, na verdade, à espera de uma divindade que virá salvá-los – Godot seria uma corruptela da palavra God (Deus em Inglês).

Nada, ou quase nada, de surpreendente acontece durante toda a trama – se é que existe trama. Ninguém é avisado de quem seja o Sr. Godot! Nem mesmo Vladimir e Estragon, personagens principais, sabem, ao certo , quem é o tal visitante, mas o esperam com empenho.

Assim, Esperando Godot é uma peça que provoca. O espectador fica inquieto. Sente-se instigado, mexe-se na cadeira, impaciente para ver se alguma coisa “acontece”. Nada muda, nada vai acontecer. A condição humana é que está em questão.
Intitulado criador do Teatro do Absurdo, ao lado de nomes como Eugene Ionesco e Jean-Paul Sartre, Beckett propôs uma radical mudança nas artes cênicas da época.

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